Ricardo Tamborini, especialista em comportamento canino, dá dicas de como tornar o passeio com seu cão mais agradável
Na correria do dia a dia, onde o trabalho e outras atividades roubam boa parte da nossa energia, feriados prolongados e férias são um alívio e uma oportunidade para recarregarmos nossas baterias. Pegar o carro e viajar pode ser uma oportunidade de lazer e descanso para os pais e uma aventura incrível para crianças. No entanto, muitas vezes esquecemos que, para o cãozinho, a experiência pode não ser muito agradável.
Assim como planejamos as férias e o que vamos fazer no nosso destino, precisamos avaliar alguns pontos e tomar os cuidados necessários para mantermos a saúde e o bem-estar do animal. Quando são levados a outros ambientes a que não estão acostumados, os cachorros podem apresentar variações de comportamento. Por isso, é importante tomar medidas preventivas para que os nossos dias de lazer e descanso não sejam um pesadelo para eles.
O especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini explica que, além de tomar alguns cuidados antes de viajar, é importante ficar atento às mudanças de comportamento dos cães quando estão em outros ambientes. “Falta de apetite, dormir mais do que o normal, lamber as patas, chorar muito, andar curvado, respirar ofegante mesmo parado, tremer demais, não brincar ou interagir, não urinar ou defecar, ou apresentar vômitos ou diarreia são sinais claros de que o cão não se adaptou”, ressalta.
Cães mais sensíveis e receosos, quando estão fora de casa, evitam ficar longe dos donos, principalmente aqueles que sofrem de ansiedade de separação. Ao notar que os donos não estão por perto, podem sinalizar essa ansiedade, apresentado sinais de irritabilidade, como latir, uivar, arranhar a porta, destruir almofadas ou outros objetos da casa, entre outros.
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Tamborini também lembra que é comum ocorrer mudanças de comportamento até em cães mais seguros e independentes. Por conta da mudança de rotina e de ambiente, o cão pode aprender a pular nas pessoas, latir incessantemente para chamar a atenção, brincar de morder ou pode até começar a roubar comida da mesa, exemplos de problemas de comportamento causados pela falta de regras e limites.
Em todos os casos, o importante é agir da mesma maneira que ele está acostumado em casa, mantendo a mesma rotina de passeios, alimentação e brincadeiras. “Um outro truque é levar objetos conhecidos pelo animal, como a cama ou panos que tenham o cheiro dele. Isso ajuda a diminuir a ansiedade e faz com que ele se sinta mais ambientado”, explica.
A seguir, o especialista dá algumas dicas importantes para planejar a viagem com o seu cãozinho:
Levar ou não: viajar com o animal gera algumas despesas extras e também algumas limitações dependendo do local onde você for se hospedar ou do tipo de viagem que irá fazer, além do estresse a que o cão será submetido em viagens muito longas. Caso não possa levar o seu pet, avalie a possibilidade de deixá-lo com um amigo que possa cuidar bem dele ou escolha um hotel para cães que possua boas referências. Caso a viagem seja curta, o local seja adequado e você saiba que poderá dar a atenção necessária e levá-lo nas suas saídas, seu cão ficará muito feliz em aproveitar a viagem ao seu lado.
Saúde: ao menos 15 dias antes da viagem, leve o animal ao veterinário para uma avaliação clínica, a fim de verificar seu estado geral de saúde, bem como se a vacinação, vermifugação e controle de parasitas, como pulgas e carrapatos, estão em dia.
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Idade: evite viagens muito longas, pois são estressantes e cansativas, principalmente para cães mais idosos ou que necessitam de cuidados especiais devido a algum problema de saúde.
Como transportar: se for de carro, deve-se cuidar da segurança, tanto do cão, quanto dos outros ocupantes do veículo. Use um cinto de segurança específico para cães ou acomode-o em uma caixa de transporte. Vale lembrar que transitar com o animal solto no carro é uma infração de trânsito, e gera multa. Procure viajar em horários de temperatura mais baixa, para que o animal não sofra com o calor. Pare a cada duas ou três horas, para que o cão caminhe, beba água e faça as suas necessidades.
Cuidados com o clima: se a viagem for para um lugar de clima quente, lembre-se de sempre deixar água fresca para o cão. Já que não suam, irão beber mais água do que o normal, pois precisam manter sua temperatura controlada para evitar a desidratação. Por outro lado, em lugares de clima muito frio, leve alguns cobertores ou roupinhas para que ele fique bem aquecido.
O que levar: não esquecer de levar potes de comida e água; uma boa quantidade da ração que ele está acostumado a comer; caminha ou paninhos de dormir; medicamentos (caso esteja tomando algum); brinquedos que ele mais gosta; saquinhos para recolher fezes; acessórios para o passeio, como guia e coleira; caixa de transporte ou cinto de segurança e plaquinha de identificação com telefone, para que facilite a identificação do animal em caso de perda.
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Bianca Montagnana
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