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Médica veterinária orienta sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da zoonose transmitida pelo “mosquito-palha”
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose relevante e mais frequente na América do Sul, incluindo o Brasil, afetando cães, humanos e, em menor escala, outros animais. Causada pelo protozoário Leishmania infantum, a infecção ocorre exclusivamente pela picada das fêmeas infectadas de flebotomíneos — os conhecidos “mosquitos-palha”. Embora o cão seja o principal reservatório do parasita, ele não transmite a doença diretamente ao ser humano; a infecção depende sempre da picada do inseto.
Os sinais clínicos nos cães podem variar bastante, desde alterações discretas até quadros mais graves. A professora Lara Vilela Soares, do curso de Medicina Veterinária da Una Itumbiara, explica que é comum observar emagrecimento, apatia, febre, vômito, diarreia, alterações de apetite e lesões na pele ou nos olhos. No entanto, segundo Soares, o mais importante é lembrar que nem todo cão infectado aparenta estar doente. “Costumamos dizer que leishmaniose não tem cara, pois muitos permanecem assintomáticos por longos períodos”, alerta, reforçando a necessidade de atenção redobrada de tutores e profissionais veterinários.
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A prevenção é a principal aliada no combate à leishmaniose. De acordo com Soares, o uso de inseticidas tópicos com ação repelente, como coleiras impregnadas com deltametrina ou flumetrina e pipetas específicas, é recomendado. Além disso, práticas ambientais são indispensáveis: instalar telas em janelas, manter o quintal limpo, evitar passeios no entardecer e à noite — horários de maior atividade do mosquito — e eliminar criadouros potenciais, como folhas acumuladas e matéria orgânica. “Essas ações são fundamentais não apenas para proteger o animal, mas também para reduzir a incidência da doença em humanos”, destaca.
A vacina, que por muitos anos foi uma importante ferramenta de prevenção, está suspensa no Brasil desde 2023, por decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em razão de problemas de qualidade identificados em alguns lotes.
O diagnóstico deve ser realizado por meio de testes sorológicos, como ELISA e RIFI, complementados por exames parasitológicos e moleculares, que identificam a presença do parasita e avaliam a carga infecciosa. O tratamento de primeira escolha envolve a administração de Miltefosina, que pode ser utilizada isoladamente ou associada a outras drogas. Soares enfatiza que o diagnóstico e o acompanhamento devem ser rigorosos: “A avaliação clínica dos animais deve ir além do exame físico, uma vez que muitos animais não apresentam sinais clínicos aparentes, mas alterações laboratoriais”.
Sobre a eutanásia de cães positivos para leishmaniose, Soares esclarece que a prática não é mais obrigatória por lei. “O Ministério da Saúde recomenda a medida em alguns casos, mas hoje os tutores podem optar pelo tratamento, desde que façam uso de medicamentos autorizados e adotem medidas rigorosas de controle do vetor”. Ela acrescenta que o Conselho Federal de Medicina Veterinária apoia essa escolha, desde que realizada com ética e acompanhamento profissional adequado.
Consultas veterinárias regulares e exames de rotina são indispensáveis para garantir a saúde dos pets. “Prevenção é fundamental. A leishmaniose é uma doença grave, mas, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível garantir qualidade de vida ao animal e segurança para toda a família”, reforça Soares. Ela ainda lembra que, mesmo após o tratamento, o animal pode permanecer como fonte de infecção para o vetor, o que torna imprescindível a manutenção contínua das medidas de proteção.
Sobre a Una: Com o propósito de transformar o Brasil pela educação, a Ânima é o maior e o mais inovador ecossistema de ensino de qualidade para o país, com um portfólio de marcas valiosas e um dos principais players de educação continuada na área médica. A companhia é composta por cerca de 381 mil estudantes, distribuídos em 18 instituições de ensino superior, e em mais de 500 polos educacionais por todo o Brasil. Integradas também ao Ecossistema Ânima estão marcas especialistas em suas áreas de atuação, como HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali, Community Creators Academy, e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.
Em 2023, a Forbes, uma das revistas de negócios e economia mais respeitadas no mundo, elencou a Ânima entre as 10 maiores companhias inovadoras do país e, em 2022, o ecossistema de ensino, também foi destaque do Prêmio Valor Inovação - parceria do jornal Valor Econômico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC – figurando no ranking de empresas mais inovadoras do Brasil no setor de educação. Desde 2013, a companhia está na Bolsa de Valores, no segmento de Novo Mercado, considerado o de mais elevado grau de governança corporativa.
Por Amanda Franciele Silva - Rede Comunicação