Com mercado em alta, setor pet vira opção de empreendedorismo e emprego

 


Mesmo com a crise, setor faturou R$ 40 bilhões ano passado e atrai olhares


O ano de 2020 terminou com a marca de 14,1 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad). Com a dificuldade de voltar ao mercado de trabalho, uma das opções é tentar um negócio próprio, de preferência em uma área com crescimento constante e que pouco sofre com as crises. Nesse cenário, o mercado de serviços pet tem atendido os quesitos e chamado a atenção de muitos empreendedores.


É fácil de compreender a lógica por trás desse movimento. Nos nove primeiros meses de 2020, graças aos efeitos da crise do Conoravírus, a economia brasileira caiu 5% em relação ao mesmo intervalo de 2019. Segundo o Instituto Pet Brasil, nesse mesmo período, o setor de produtos e serviços para pets cresceu 7%, gerando um faturamento de R$ 40 bilhões ao final ano passado. O Radar Pet 2020 apontou que 53% dos domicílios brasileiros têm cães ou gatos entre os familiares, ou seja, um mercado consumidor imenso, com mais de 37 milhões de lares.  



Quem viu de perto toda a movimentação do setor foi a groomer internacional e diretora da Uau Escola de Estética Animal, localizada em Sorocaba/SP, Natália Espinosa. Mesmo com quatro meses de portas fechadas por conta da pandemia, sua escola, voltada para profissionais do mercado pet, ainda cresceu 8% em 2020.


“No começo, nós achávamos que o serviço de banho e tosa não era essencial. Mas quando passamos alguns meses fechados, eu percebi em que estado ficaram os animais”, relata Natália. “Não é uma futilidade, é um trabalho fundamental para manter a saúde e o bem-estar dos animais e hoje os órgãos reconhecem os serviços de pet shop como essenciais.”


Mercado entende a necessidade do serviço

Não foi apenas a groomer que percebeu a importância da rotina de banho e tosa. Muitos tutores, que por conta do isolamento passaram a ter mais tempo com os pets, também notaram essa necessidade. O resultado foi que os serviços de estética, que incluem banho e tosa, oferecidos pela Uau Escola, cresceram 45,21% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse é um movimento que também foi sentido em outras empresas do setor.



“A procura por profissionais está tão grande que nós recebemos, semanalmente, de cinco a oito vagas de emprego em pet shops da região e não conseguimos preencher todas”, releva Natalia Espinosa. “Nove em cada dez dos nossos alunos já vêm com a ideia de abrir seu próprio negócio.”


Para atender essa alta demanda pelo empreendedorismo, alguns cursos oferecidos pela instituição já possuem aulas específicas para as necessidades desse público. Entre os assuntos para auxiliar na hora de abrir o próprio negócio, estão noções básica de finanças, empreendedorismo e o desenvolvimento do perfil comportamental do gestor.


“As pessoas estão começando a compreender o valor de um bom profissional. Hoje, já entendem que não é só passar uma máquina, mas sim todo um trabalho técnico, uma análise anatômica, um tratamento de amor aliado ao profissionalismo. Os profissionais do futuro precisam ter uma qualificação melhor e cada vez mais contar com especializações e atualizações. Só assim vai ser possível se destacar no mercado de trabalho e obter sucesso nos seus empreendimentos”, relata a groomer com experiência internacional.



“Uma tendência é investir em pet boutique, e salões de tosa com projeto e decoração que remeta a um salão de beleza humano, um lugar que ofereça atendimento especial, produtos e serviços diferenciados para um público que não mede esforços para ter o seu pet tratado e cuidado como ele merece”, finaliza Natália.


Aproveitar o momento para entrar no mercado pet pode ser uma importante estratégia, mas exige muito planejamento e estudo.


Por Murilo Vicentini | JF Gestão de Conteúdo    

















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