Plantas tóxicas nas calçadas: um risco invisível para os pets

Tutores devem ficar atentos com os pets durante os passeios
Médica-veterinária cita 10 espécies mais comuns e alertas sobre o risco que elas causam aos animais se forem ingeridas




Levar o pet para caminhadas é uma atividade indispensável e essencial para uma vida mais saudável. Entretanto, nesse percurso que mistura diversão e entretenimento, é preciso ter certos cuidados para que esse momento a dois não se torne algo traumático tanto para o tutor quanto para o animal. E um dos alertas são para algumas espécies de plantas, que embelezam praças e calçadas, mas que se forem ingeridas podem ocasionar em sérios problemas de saúde ao animal.

Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), a médica-veterinária Dra. Kelly Venâncio de Oliveira Muniz salienta que algumas espécies de plantas mais populares podem representar sérios riscos à saúde dos pets.


“É cada vez mais comum que tutores de cães e gatos se deparem com plantas ornamentais em calçadas, praças e jardins residenciais. O que muitos não sabem é que algumas dessas espécies, apesar de belas, são altamente tóxicas para os animais”, alerta. “A ingestão acidental pode causar desde irritações gastrointestinais até falência renal ou neurológica.”


Especializada em Nefrologia e em Urologia Veterinária, a docente explica que a maioria das intoxicações em cães e gatos ocorre justamente em ambientes domésticos e urbanos, onde essas plantas estão ao alcance. A prevenção começa pela informação e pelo cuidado do tutor durante passeios e no quintal de casa.


“Muitas vezes o tutor só descobre que a planta é tóxica após um acidente. A melhor medida é a prevenção, evitando que cães e gatos tenham contato com essas espécies”, salienta. “Por isso, durante os passeios, mantenha o pet na guia e evite que ele mastigue plantas desconhecidas. Vale a pena ainda ensinar comandos básicos, como ‘não’ ou ‘solta’, para interromper rapidamente tentativas de ingestão. Oriente também vizinhos e familiares sobre os riscos.”



E se meu pet comer alguma planta, o que fazer?


Segundo a médica-veterinária, caso isso ocorra, a regra número 1 é não provocar vômito no animal. “Jamais faça isso, pois alguns compostos dessas espécies de plantas podem causar queimaduras adicionais”, alerta. “Outra recomendação é nunca utilizar remédios caseiros, pois podem agravar a intoxicação. A recomendação, nesses casos, é levar o animal imediatamente a um médico-veterinário e, se possível, leve também uma mostra da planta ingerida, ou uma foto dela, o que pode auxiliar no diagnóstico.”


A docente de Medicina Veterinária da UniFAJ alerta que algumas espécies, altamente tóxicas aos pets, são facilmente encontradas em praças, calçadas e jardins. 


10 plantas comuns em jardins e calçadas, mas que são tóxicas aos pets:


1 - Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp.)

Toxina: cristais de oxalato de cálcio

Efeitos: irritação intensa na boca e garganta

Sinais: salivação excessiva, dificuldade para engolir, vômitos e inchaço
 

2 - Lírios (Lilium spp.)

Toxina: compostos ainda não totalmente esclarecidos, mas altamente nefrotóxicos em gatos

Efeitos: lesão renal grave, mesmo em pequenas quantidades

Sinais: vômito, apatia, perda de apetite, evolução rápida para insuficiência renal

 

3 - Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata)

Toxina: saponinas

Efeitos: irritação gastrointestinal

Sinais: náusea, vômito, diarreia e letargia

 

4 - Azaleia (Rhododendron spp.)

Toxina: grayanotoxinas

Efeitos: comprometimento do sistema cardiovascular e nervoso

Sinais: vômito, salivação, fraqueza, arritmia cardíaca e convulsões

 

5 - Mamona (Ricinus communis)

Toxina: ricina (uma das mais potentes conhecidas)

Efeitos: destruição celular generalizada

Sinais: dor abdominal intensa, vômitos, diarreia sanguinolenta, convulsões, podendo levar à morte

 

6 - Espirradeira (Nerium oleander)

Toxina: glicosídeos cardiotóxicos (oleandrina)

Efeitos: afeta diretamente o coração

Sinais: vômitos, salivação, bradicardia, arritmia e morte súbita

 

7 - Hortênsia (Hydrangea macrophylla)

Toxina: cianogênicos (liberam cianeto)

Efeitos: bloqueio da respiração celular

Sinais: vômitos, diarreia, dificuldade respiratória e convulsões

 

8 -Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica)

Toxina: oxalato de cálcio

Efeitos: irritação oral e digestiva

Sinais: salivação, edema de língua, vômitos, dor abdominal

 

9 - Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima)

Toxina: seiva com látex irritante

Efeitos: irritação de mucosas e pele

Sinais: salivação, vômitos, conjuntivite e dermatite local

 

10 - Manacá-de-jardim (Brunfelsia spp.)

Toxina: brunfelsamidina e escopoletina

Efeitos: neurotoxicidade

Sinais: tremores, convulsões, rigidez muscular, vômitos e diarreia.



Sobre a especialista: Dra. Kelly Venâncio de Oliveira Muniz é médica-veterinária e docente do no curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ). É mestre em Ciência Anilam e especializada em Nefrologia em Urologia Veterinária, além de atuar na área de clínica cirúrgica.



UniFAJ e UniMAXCom 26 anos de atuação e mais de 10 mil alunos formados, o Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), ambos do Grupo UniEduK, são instituições reconhecidas pelo MEC com nota máxima (5). São mais de 50 cursos nas áreas de Saúde, Humanas, Exatas, Tecnologia e Agronegócio, distribuídos entre 8 campi nas cidades de Jaguariúna e Indaiatuba, no interior de São Paulo. A estrutura inclui hospitais veterinários, centros de especialidades médicas, clínicas médicas e laboratórios modernos. O modelo de ensino é baseado em metodologias ativas de aprendizado e os cursos presenciais contam com pelo menos 50% de aulas práticas desde o início, além de certificações intermediárias nas modalidades EAD, extensão, pós-graduação e MBA.




Por Jean Martins - JT Com 

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